quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tudo e nada ( Morte )

Fechado em meu armário fechado, sozinho andando de um lado para o outro.
Mas como se olho para todos os lados e não vejo nada além da escuridão?
Escuridão que não consigo ver porque essa escuridão me deixa cego, me impede e me maltrata.
Existe... existe sim um lugar onde eu consigo andar de um lado para o outro, ...pensativo...
Dentro de mim há um vazio tão grande que nem a enormidade do cosmo conseguiria
Ser tão enorme assim.
Então fico eu aqui dentro desse armário fechado, triste e solitário dentro de mim mesmo.
Fétido porque aqui não existe vida há gerações, triste porque a felicidade é vaidade,
Esmagadora porque quem ousou entrar foi sugado para o nada, morta porque além de mim, aqui dentro não existe mais nada.
Nada .
Porque essa palavra me parece tão familiar ?
É como se quando eu estava em vida, ela já fizesse parte de tudo.
E se hoje tudo o que resta é nada, continua sendo como era, tudo e nada são a mesma coisa.
Hoje a vida parou, ou foi o automóvel como já disseram.
E ainda acho que existe algo ou não existe, o que seria melhor??
Sou um mágico porque aqui não existe drogas, nem fome e nem polícia.
Não existe tristeza ou dor, não existem crianças escravas, nem existem povos
Massacrados, existências que existiram mas roubadas já não existem mais.
Estão deformadas como caricaturas vestidas como quem as oprimiu, champagne na mão e diamantes nos dentes.
Essas são as lembranças que tenho da vida, é claro que também da minha amorosa avó,
Da minha mãe amorosa e do sorriso fraternal do meu pai.
Da mariazinha que foi “sugada” pelo meu fútil ego, da joaninha que me deixou pelo
Johnny, e da fulaninha que nem merece um nome.
Enfim só, não faço muita falta eu acho.
Salvo pelos dias que sinto que a terra acima de mim é regada por lágrimas de gente
Que não lembro porque choram.

Vai ver ..... deve ser por vaidade.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O que eu procuro?

O que eu procuro na minha vida?
Será aquela alegria escondia?
Aquele sorriso de canto ou aquela noite de pranto?
Viver, crescer, desempenhar-se,
Tudo faz parte de um amar-se ou não amar-se.
Amar-me e não amar-te,
Ir à lua ou ir... (kkkkkkkk)
Eu procuro pela criança brincando na rua,
Pelo homem que pisou na lua,
Pela senhora sentada na cadeira de balanço,
Pelo chocolate, pela dança e pelo homem manso.
Que sem querer te perseguir te ajuda no difícil gesto de sorrir,
Eu procuro pelo simples sorriso por uma causa simples,
A de amar sem querer algo em troca,
A de trocar tapas sem querer sair pela porta,
De amar para sempre e que seja esse tempo, tempo presente.

sábado, 6 de junho de 2009

GOG carta á mãe Africa




Carta A Mãe África

É preciso ter pés firmes no chão
Sentir as forças vindas dos céus, da missão...
Dos seios da mãe África e do coração
É hora de escrever entre a razão e a emoção
Mãe! Aqui crescemos sub-nutridos de amor
A distância de ti, o doloroso chicote do feitor...
Nos tornou! Algo nunca imaginavel, imprevisível
E isso nos trouxe um desconforto horrível
As trancas, as correntes, a prisão do corpo outrora...
Evoluiram para a prisão da mente agora
Ser preto é moda, concorda? Mas só no visual
Continua caso raro ascensão social
Tudo igual, só que de maneira diferente
A trapaça mudou de cara, segue impunemente
As senzalas são as anti-salas das delegacias
Corredores lotados por seus filhos e filhas...
Hum! Verdadeiras ilhas, grandes naufrágios
A falsa abolição fez vários estragos
Fez acreditarem em racismo ao contrário
Num cenário de estações rumo ao calvário
Heróis brancos, destruidores de quilombos
Usurpadores de sonhos, seguem reinando...
Mesmo separado de ti pelo Atlântico
Minha trilha são seis românticos cantos
Mãe! Me imagino arrancado dos seus braços
Que não me viu nascer, nem meus primeiros passos
O esboço! É o que tenho na mente do teu rosto
Por aqui de ti falam muito pouco
E penso... Qual foi o erro cometido?
Por que fizeram com agente isso?
O plano fica claro... É o nosso sumisso
O que querem os partidários, os visionários disso
Eis a qüestão...
A maioria da população tem guetofobia
Anormalia sem vacinação.
E o pior, a triste constatação:
Muitos irmãos, patrocinam o vilão...
De várias formas, oportunistas, sem perceber
Pelo alimento, fome, sede de poder
E o que menos querem ser e parecer...
Alguém que lembre, no visual você.

( Refrão 2x ) (Colagem: A Carne - Elza Soares)
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra

Os tiros ouvidos aqui vêm de todos os lados
Mas não se pode seguir aqui agachado
É por instinto que levanto o sangue Panto-Nagô...
E em meio ao bombardeio
Reconheço quem sou, e vou...
Mesmo ferido, ao fronte, ao combate
E em meio a fumaça, sigo sem nenhum disfarce
Pois minha face delata ao mundo o que quero:
Voltar para casa, viver meus dias sem terno
Eterno! É o tempo atual, na moral
No mural vedem uma democracia racial
E os pretos, os negros, afro-descendentes...
Passaram a ser obedientes, afro-convenientes.
Nos jornais, entrevistas nas revistas
Alguns de nós, quando expõem seus pontos de vista
Tentam ser pacíficos, cordiais, amorosos
E eu penso como os dias tem sido dolorosos
E rancorosos, maldosos muitos são,
Quando falamos numa miníma reparação:
-Ações afirmativas, inclusão, cotas?!
-O opressor ameaça recalçar as botas..
Nos mergulharam numa grande confusão
Racismo não existe e sim uma social exclusão
Mas sei fazer bem a diferenciação
Sofro pela cor, o patrão e o padrão
E a miscigenação, tema polémico no gueto
Relação do branco, do índio com preto
Fator que atrasou ainda mais a auto-estima:
-Tem cabelo liso, mas olha o nariz da menina
O espelho na favela após a novela é o divã
Onde o parceiro sonha em ser galã
Onde a garota viaja...
Quer ser atriz em vez de meretriz
Onde a lágrima corre como num chafariz
Quem diz! Que este povo foi um dia unido
E que um plano o trouxe para um lugar desconhecido
Hoje amado (Ah! muito amado..), são mais de quinhentos anos
Criamos nossos laços, reescrevemos sonhos
Mãe! Sou fruto do seu sangue, das suas entranhas
O sistema me marcou, mas não me arrebanha
O predador errou quando pensou que o amor estanca
Amo e sou amado no exílio por uma mãe branca

( Refrão 2x )
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra

quinta-feira, 4 de junho de 2009


esconder-se!

esconder-se de que ou de quem?



viver porque ou por quem??



sinalizar pra que ou pra quêm???



morrer porque ou por quêm????



na vida infantil é trabalho contra a escola, escola contra o trabalho.



é chegada a hora de bater o cartão na escola ou pelo salário.



crianças não tem rosto, apenas uma tarja.



polícia não tem rosto, apenas uma farda.



o Brasil em terceiro lugar, bem colocado, abismo de classes e infantil trabalho remunerado.



remunerado com dor e tristeza, pelo pão, pelo centavo e não pela beleza.



beleza da vida e do sorrir, escondido atrás de uma tarja, por um mísero salário, sem ter mais pra onde ir a não ser para o seu calvário.

Quando lutaremos?

Veja quando lutaremos agora!!!Bobs,Ches e Martins,inspirando gerações,a guerra não cessa,ela só nos conduz,passa tempo,passa tempo,viva a ignorância!!!Matando gerações no seu berço.Veja quando lutaremos agora,guerra invisível,onde está o inimigo?Somos nós?NÃO!!!É a miséria imposta pelo preconceito,pela injustiça e pela maldita corrupção!!!Veja quando lutaremos agora,hoje amanhã,ontem,nunca,SEMPRE!Veja,quando lutaremos,AGORA!!!Lutando para sobreviver,somos jovens impetuosos,cheios de corajem no coração e testemunho impregnado na carne!!!jovens não corruptos em um país corruptível!!!VEJA quando lutaremos!!!AGORA,uma guerra já perdida???NÃO,se jah é por nós,quem nos resistirá???VEJA,ESTAMOS LUTANDO AGORA!!!!


DENIS BECK