sábado, 3 de setembro de 2011

Mundo em Guerra Parte 4 - Naquela Tarde


Ontem eu resolvi passear, sei lá me senti só, faltava algo. Longe de mim reclamar, mas algo palpitava dentro de mim, talvez fosse eu mesmo buscando algo novo. Andei só, o sol ainda brilhava naquele fim de tarde quando a lua se mostrou, cheia de poder, encantadora. São raros os momentos em que esses dois se encontram, também havia algo pesado e leve no ar ao mesmo tempo, pesados eram os milhões de pensamentos que me cercavam, leves eram os motivos que me levavam a lugar algum, naquela tarde.

Naquela tarde eu resolvi sair pra me encontrar

Não sei pelo que busquei, naquela tarde.

Naquela tarde os pássaros cantarolavam felizes.

Eu vivi, naquela tarde.

Naquela tarde meus medos se encontraram com a minha coragem.

Ainda por cima, eu corri, naquela tarde.

Naquela tarde eu reví aquele anjo.

Ele estava parado no cais, com os pés descalços na água, naquela tarde.

Naquela tarde aquele anjo resolveu deixar de lado sua santidade.

Eu que paralisado estava pela ansiedade, venci meu medo e revelei minha identidade.
Naquela tarde eu disse: Oi?

Com um sorriso congelador de estômago ela respondeu: Olá 
 Naquela tarde.


Sabem aquela paz que tanto procuramos? As vezes sinto que a humanidade anda a vida toda com perguntas engasgadas em busca de respostas, é estranho no mínimo, incrível pra mim, como naquela tarde eu encontrei uma resposta. Anjos não andam esmagando a terra feito meros mortais, aquele ser não era um anjo, era uma menina normal, simpática e inteligente. Descendente de Poloneses, sua família acabara de chegar na cidade, seu pai era comerciante e a pedido de conhecidos veio tentar melhores oportunidades na região. Seu nome é Juliana, que significa, a que pertence a Júlio. Mas eu estava disposto a mudar toda a história Romana para fazer a Juliana pertencer ao Denis, e aquele sorriso não pareceu impor alguma resistência.
 A conversa se estendeu por algumas horas, ela disse que precisava ir embora, então me ofereci pra levá-la até o portão de sua casa, já havia escurecido e nos guiamos pela luz fantástica de uma lua, cheia, e eu cheio de perguntas a fazer, de respostas a responder, quando chegou a hora de se despedir, a mãe dela estava no quintal quando chegamos, muito simpática quando ela nos apresentou, parece ser uma ótima família. Mas é óbvio que eu não me prolonguei na conversa, não quis ser inconveniente, me despedi e fui para a minha casa, parece que ela deixou o seu poder comigo, porque eu fui flutuando pelo caminho, só pensando nela, pensava em como fazer ser minha.
As vezes em um segundo a sua vida pode mudar, desde o primeiro momento em que a vi, momento que ela também me encarou, soube que ali havia algo de diferente, não posso prever meu futuro,
 mas posso escolher o caminho em que ando.