Frio demais pra você estar longe de mim. A vida parada, sem movimento e sem sentimento. O calor é artificial, cobertores, meias e muitas roupas buscam me envolver com um calor que só me aqueceria realmente se fosse pelo seu corpo, pela sua presença.
Os movimentos são poucos, o céu nublado visto pela janela não é atrativo. Busco não pensar em soluções, deixo os enigmas me vencerem. Estou a ponto de hibernar meus sentimentos nessa caverna atrofiada, sem sensações, sem arrepios e sussurros, sem toque, sem calor.
Tão distante de mim, meus punhos cerrados, meu coração fadado ao fracasso, sem espaço em meu peito, que queima congelado pela saudade, então o frio me invade, sem excessos de vontade, sem excessos e sem vontade.
Mas dias melhores virão, o sol vai brilhar no céu. Pra mim não importa se amanhã você não entrar correndo aqui e me resgatar dessa prisão. Detenção sem muro, mas sozinho eu não posso sair, preciso de você ao meu lado, não que você seja uma heroína, mas você é a minha menina. Me acalma, seu efeito de morfina me anestesia, quando essa é a solução pra minha dor que dói sem doer. Amar é mais difícil do que viver, principalmente quando se está limitado pela distância. Eu no norte e você no sul, no meio um imenso oceano azul, não há barcos, nem livros, nem aviões, nem naves espaciais ou drogas que me fazer viajar até perto de você, a realidade é como um tapa na cara de um inimigo sem honra.
Ontem comigo ajoelhado falando e falando você chorou, amando e amando. O tempo passando e continuamos nos amando, nos conhecendo e crescendo. Rumo ao desconhecido, mas nos damos as mãos e continuamos, os tempos não tem sido difíceis quando juntos, o ruim é a saudade e o frio. Mas eles logo passam quando você entra correndo por aquela porta e diz que me ama. Também te amo.