sábado, 20 de setembro de 2014

Desintegração de Posse



A trilha sonora é tiro. Correria, gás
Lacrimogênio invadindo o pulmão.
Humanos correm, das máquinas
Insanas buscam punir, oprimir com a bala e a borracha
Nas costas de quem veio pra ficar
Ficar e lutar por
Um espaço, espacinho
Cobertor e colchão na cabeça, correria
Fumaça onde há fogo
Dor onde há lágrimas
Sonhos onde havia esperança, esperar
O capital bate na porta de quem não o tem
De quem não tem sequer porta
que se fecha em cortinas
que se fecha em barreiras e barricadas
que se fecha em trincheiras às margens
O giroflex mostra quem manda
a farda suja de vergonha
quem achou que detém o poder
que venceu mais uma batalha
Desnorteia a geração futura de um não-futuro
um não-homem que vive pelo minuto seguinte
enquanto uns dormem outros sonham
sonho de humanidade liberta
das correntes que a prendem.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Palestra Itália



Meu pai me ensinou que maior não haveria
E eu o aprendi bem
Divino, santo, quem teria?
Quem diria que dentre homens e divindades
Pisariam na terra, com camisas e corações verdes.
Brasileiros, Italianos, miscigenando raças, culturas e lágrimas
Muitas de tristeza viriam, rolariam aos montes
Não é fácil ser Palmeirense
Mas seria tão lindo se não fosse tão difícil?
Acredito que jamais.
As glórias também rolaram aos montes
Nós pés do divino, a bola desfilava imponente
Sempre desafiava um tal rei Pelé, os embates eram emocionantes e o futebol tupiniquim se orgulhava daqueles momentos, academia contra majestade, viva o futebol.
Você é gigante, Palestra!
Com seus milhões de amores espalhados pelo país, todos os gritos de vitória entoados, ecoados aos montes, sim aos montes, lágrimas rolaram aos montes.
Você nasceu nos porões das fábricas, no espírito dos trabalhadores, onde sujos e cansados do trabalho, viviam pela família, e por ti, Palmeiras.
Você que sim, nasceu campeão, em sua arrancada história, em plena guerra, para viver mais uma batalha.
 A batalha do ódio e do preconceito, e você sobreviveu, Palmeiras.
Hoje você faz 100 anos, Palmeiras.
As lágrimas rolaram aos montes, porque vieram do céu inundar a terra de alegria.
Você é um gigante Palestra, nasceu campeão, nasceu do poder do trabalhador para brilhar na história.
Parabéns e Avanti Palestra!
Seu lugar é na história.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Degraus

Eu viveria pra sempre se me fosse permitido, só pra te olhar dia após dia, com os olhos fitos no infinito.
Já não vejo o início das escadas, nem me lembro do dia em que me pus a subir, apenas me recordo da imensidão que avisto em cada degrau que piso, sempre um novo sol e um novo céu, azul de dia, vermelho ao entardecer. As noites são azuladas, jamais escuras porque seu olhar me ilumina, e os degraus são vencidos, um a um eles vão ao chão, futuro, presente e passou, mais um que se foi.
Viver pra sempre é bom, e se faz sentido, melhor. Porque pra sempre só devem ser as coisas boas da vida, as más deveriam ficar sempre esquecidas no degrau que se passou, porém nem sempre isso acontece. E um tropeço, buum. Vou ao chão e aos olhares. Ahh os olhares que se movem mais rapidamente que a luz, do dia ou da noite, me iluminam, meio tonto me levanto sem levantar minha fronte, olho pra frente e, se a poeira já sacudi, sigo caminhando rumo ao primeiro degrau, ao primeiro de minha frente, claro, porque não acho que se deve mirar no último. Nele mora o final e ponto. Prefiro a vasta oportunidade que o próximo me proporciona, com essa certeza eu sigo, e ouço a sua voz me chamando. Continuo subindo.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Estações


Com mil milhões de sois eu quebrei o vento
e da minha barriga gelei as encostas
corri por milhões e poucos me conheceram
fui longe, tão longe que mal pude sentir
os odores daqueles fogos de artifício
onde se comemoravam o fim de todas as guerras
não há amor, conectividade é a palavra chave
que abre mil corações sem desejo
e as traições vem anexadas em espírito de liberdade
salvaguardando as lágrimas do palhaço que esbofeteei
minhas mãos tremem a todo o tempo
que passa pela janela da locomotiva que me teletransporta
pelo tempo, onde os olhares são frios
o clima é modificado e os rostos se escondem.
ouço tiros nas ruas, soam sirenes e pessoas correm
correm para os empregos e dos trabalhos
poucos tem carreiras, montanhas e castelos de areia
carteira assinada não é mais algo desafiador
mas um escravo amou seu malfeitor
fogem para as escolas, fogem de suas vidas
mas não há refúgio libertador
as lágrimas que caem, mal tocam o chão,
há vazio sob os pés molhados, confusos
passei pela estação do desespero, não havia lugar para ficar
busco um local de clima e ânimos amenos
no planeta guerra parece não haver mais lugar
todos queremos fugir, mas não há escapatória
mudamos nosso mundo
ou a próxima estação chamará barbárie.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O título você




Nunca foi difícil dizer que te amo
Porque tudo para
Tudo ou nada não me fazem afastar
Minhas loucuras
Suas insanas
Formas de se imaginar em azul mar navegante

Foi confortável pra eu dizer que te amo
Porque tudo vive
Desde a primeira
Vez em que você me olhou com esses lábios
Meus sonhos
Suas verdadeiras
Formas de se colocar nesse monte de selva natural.

Ai quando me decidi por você
Porque tudo comprova
Tudo ao nada leva a pensar
Que sem seu sorriso eu não teria primavera
Li isso em algum canto rabiscado
Caímos em um canto do mundo, tão ao sul que caía.

Tivemos que voltar para a nossa realidade
Porque tudo é sempre corrido
Ou corroído
Ler os jornais, levar o cãozinho pra passear.
Contas a pagar
Sonhos a perder de vista, o ontem já se foi.
Que venham os próximos.
Porque tudo é por você, escrevi isso em algum canto.

Subimos para algum ponto do globo, tão ao céu, 
Pra dizer que te amo.

terça-feira, 11 de março de 2014

Nascer


Luz
Raiz
Sonido e ruído
Escorrendo pelas escadas
As espadas iluminadas
Flamejantes sem posto definido
Um lampejar
Esquisito
Cai do sol erguido
Os êxitos perdidos
Outrora
Hora outra
Nosotros vivimos
Pensamos como anjos
Caímos
No escuro
Da vida
Nascemos.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Fomos heróis



Fomos o ápice da vontade
Em mostrar como funcionam 
Coisas e emoções
Caminhando pelas beiradas
Vidas atoladas
Cansamos de estar sem ser
Sem nos mostar, sem
Respirar ares poluídos
Incertezas
Correr
Vidas às margens
Nos fitando por um segundo
Eternidade
Caindo em um precipício de 
Vontades
Porque memórias não podem ser de graça?
Desgraças
Calamidade.
Idade imposta pelo tempo
Encosta o momento
Vento que bate à porta
Humanidade.
Fomos a lápide da hombridade
Hoje tememos a menor idade
Corremos riscos 
Não corremos riscos
Viveremos à eternidade.
De viver
Sem mostrar vontade.
Fomos o cálice da felicidade.