Com mil milhões de sois eu quebrei o vento
e da minha barriga gelei as encostas
corri por milhões e poucos me conheceram
fui longe, tão longe que mal pude sentir
os odores daqueles fogos de artifício
onde se comemoravam o fim de todas as guerras
não há amor, conectividade é a palavra chave
que abre mil corações sem desejo
e as traições vem anexadas em espírito de liberdade
salvaguardando as lágrimas do palhaço que esbofeteei
minhas mãos tremem a todo o tempo
que passa pela janela da locomotiva que me teletransporta
pelo tempo, onde os olhares são frios
o clima é modificado e os rostos se escondem.
ouço tiros nas ruas, soam sirenes e pessoas correm
correm para os empregos e dos trabalhos
poucos tem carreiras, montanhas e castelos de areia
carteira assinada não é mais algo desafiador
mas um escravo amou seu malfeitor
fogem para as escolas, fogem de suas vidas
mas não há refúgio libertador
as lágrimas que caem, mal tocam o chão,
há vazio sob os pés molhados, confusos
passei pela estação do desespero, não havia lugar para ficar
busco um local de clima e ânimos amenos
no planeta guerra parece não haver mais lugar
todos queremos fugir, mas não há escapatória
mudamos nosso mundo
ou a próxima estação chamará barbárie.