terça-feira, 13 de julho de 2010

Como vai seu mundo?






Terra encantada desse triste príncipe vagabundo,
Sentado, olhando até o horizonte que seus olhos podem tocar.
Pensando, na felicidade que sempre buscou encontrar.
Filosofar nunca foi seu forte, afinal...
Os filósofos são chatos pra caramba.
Poesia também nunca foi seu forte, afinal...
Os poetas morrem cedo e frustrados de sentimento,
Encantam os olhos dos outros com beleza, mas...
Aquele amor na ponta da caneta, seus corações desconhecem.
O mundo não tem razão.

Ele, sendo príncipe não pode ser chato,
Encabulado cabuloso,
Sentimento vertiginoso
Jovem forte e vigoroso,
Cansado de fazer esforço
Felicidade a beira da razão,
No céu da vida o brilho do clarão
Plantar histórias no coração
Regar com emoção
Voltar pra casa sozinho, cabeça baixa.
Na testa do encabulado, estampada uma faixa.
O mundo não tem razão.

De cima do seu castelo ele só observa,
Como vai seu mundo?
Chamado Príncipe vagabundo.
Ele parece saber que é o único príncipe que não pode sonhar,
Essa pode ser uma grande vantagem, sobre um ponto de vista.
O sonho convive diretamente com o sono,
O sono há muito se tornou amigo íntimo da morte
Saqueando a doçura das crianças com pesadelos horrendos,
Convivendo de perto com a escuridão intata da noite
Seduzindo a menina isensata com a beleza enganosa
 que na noite bate a porta,
e some na escuridão dos pecados ocultos.
De cima de seu castelo o príncipe somente observa,
O mundo não tem razão.

Encontrar a razão nesse mundo doente parece ser improvável,
A balada de um amor inabalável mais ainda,
Mas se ainda não o encontrou, ele não para de procurar
De cima do seu castelo o príncipe observa o mundo,
É difícil encontrar a razão,
Aquela paz que ele tanto procurou parece ainda estar distante
Como vai seu mundo?
Ele ainda não sabe que está olhando para seu interior
de dentro de seu coração,
As dúvidas impregnadas em sua carne
A alma flutuando vagarosamente sobre um rio de dúvidas
Se o rio for aquele que flui de um GRANDE AMOR,
Ele sabe que no fim será confortado com aquele GRANDE AMOR.
Como vai seu mundo príncipe vagabundo?
Vai muito bem, obrigado!
Ele diz ao narrador cabuloso encabulado.



Muito obrigado Pai, pelo seu GRANDE AMOR!
Graças a Ti Senhor,
Que vivo com essa certeza em meu coração,
De que não estou sozinho no mundo,
Vendo a minha vida passar sem emoção.
Pelos meus pecados o senhor me deu de graça teu perdão
O Senhor está ao meu lado e tem cuidado de mim,
Meu Grande Paizão.
O mundo não tem razão?
Concerteza que não.
A minha razão não está no mundo,
Maior é o que está em mim do que o está no mundo!
Feliz desse príncipe encabulado, cabuloso vagabundo.




terça-feira, 6 de julho de 2010

Poemas Perdidos Dentro de mim






Um dia ele me disse assim:

Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.



Carlos Drummond de Andrade

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(Vivendo e aprendendo, mas só com os melhores! rs.)



quinta-feira, 1 de julho de 2010

HeArtLesS





Os acertos sucumbiram à constância negativista do não, não, não, não.

Elas viraram as costas para dizerem não!
Ou disseram não e sequer viraram as costas,
Ou nem lembraram que eu existia pra virem dizer não.


Triste fim do jovem encabulado cabuloso.
HeArtLesS.


As conseqüências não me admitem erros,
Os erros não admitem que eu respire
A substância desconhecida chamada alívio foi julgada,
Condenada e aprisionada, Eternidade de reclusão no infinito chamado pra sempre.


As respostas também me traíram
Venceram as perguntas.
Ganharam um jogo que se jogava há muito tempo,
Desde que o mundo é mundo,
Muitas perguntas não têm resposta.


Hoje eu não sei mais quem eu sou,
Na verdade...
Eu não sei mais nem quem eu era.
Olho pra mim e pergunto quem eu realmente poderia ser,
Se posso dizer que sou alguém
Porque eu me sinto como se fosse um tal de ninguém...


...Que nem tem nome
Nem importa também.
Na verdade eu sei quem eu sou,
Sou sozinho,
Não é bem um ser, é um estar.
Mas é tudo o que eu sei sobre mim
Ou é tudo o que restou,
Fico a pensar em como deve ser ter um bom nome...
...Ser um bom alguém
Passo agora a buscar um novo nome
Porque o antigo se perdeu nas areias do deserto das perguntas sem resposta.
Pensarei por anos nesse nome que será comigo,
Fará de mim o meu melhor amigo.
Mas por enquanto que nada faz sentido...
Nada  faz sentido...


...HeArtLesS, porque no lugar dele só ficou o lugar.