Em um dia que a vida parou
Tudo o que foi criado parece que foi feito pra ser quebrado,
E a terra do encantado envelheceu
O guarda do castelo envelheceu,
O pó do tempo parou de cair
E o universo deixou de se expandir
Em um dia que o rio deixou de correr,
E o sol não chegou a nascer
Os pássaros não acordaram
Os apaixonados não se encontraram
O proibido foi permitido
Os bandidos fugiam das celas e não eram impedidos
O bem se escondeu com medo de ser queimado na praça
Animais belos viraram carcaças
O frio entrava nos lares
Como oxigênio preenchia todos os lugares
A chuva fina sem explicação não molhava o chão
E os monstros habitavam a terra sem perdão
Os pais não saíram para o trabalho
E as crianças não foram à escola
Um dia que não entrou para a história
Dia vazio em que o medo venceu a glória
Mesmo nesse dia horrível
O amor não deixou de existir,
A situação não me impediu de sorrir
O amor lança fora o medo
Meu amor que fez uma limpeza dentro de mim
E a poesia escrita em papel de pão
Aquela verdadeira, pobre de dinheiro.
Sob a luz de lampião
Rica de emoção, que me faz rir sem dar atenção
A situação atual, situação pela qual.
Eu não preciso de preocupação, porque a ocupação
Mais linda em dias estranhos é a de amar sem ter que pedir perdão.
Em um dia tão vazio quanto meu interior, nestes dias de terror.
ResponderExcluirEm um dia que a superação, finalmente, supere o que deve ser superado.
Este dia, foi ontem, hoje, e será amanhã.