A estrada, iniciada
Não pensava
Em mais nada
Vento na cara
Mochila nas costas
Ofereciam-me carona
Nem ligava
Então, nada me importava
Me perdia e me encontrava
Negava carinho, não me dava
Espinho, de carne no espírito achava
Chorava
Corria enquanto a chuva me batia
Até a lágrima era solitária quando caída
Minha chama se apagava.
Placa de aviso me avisava
Não ultrapasse
Na minha mente um impasse se passava
Na minha mente nada se passava
A água do vazio a todo o espaço inundava.
Me pegava olhando para um espelho quebrado,
Quando estava perfeito, o quebrava.
Assim não mentia pra mim mesmo.
Vagava e não me cansava.
Trava a porta, tranca o caminho para a escada
Nada de subida, nada de estrada.
O calor do sol me cansava
A dor no meu peito aos poucos me matava
A minha consciência me maltratava
Nada, vazia e escrava.
Tão fraco quando não há vaga,
De pessoas o albergue se lotava
Enquanto de sopa quente solidária
O estômago se empanturrava.
A estrada iniciada não voltava.
O passado não voltava
Somente a memória e a saudade.
Maldita mente escrava.
mas a andar continuava...
ResponderExcluirque poema incrível esse, gostei, quase pude vê-lo...
bjus da kirah