sábado, 16 de julho de 2011

No caminho



Um cego no caminho.
Um ego inalcançável devido aos espinhos que o cerca
Inabalável devido a rocha que o sustenta
Menino cego que flutua no pântano das almas vazias
Onde a alma do passado jazia
Acumula esperança, não a expõe sabido que é desnecessário
Em meio a matança, jamais atingido, esse lugar não será seu calvário
Nada faz criar ânsia, sem rei no umbigo, soberba não é seu salário
Um caminho na floresta de águas transparentes
Alheio a emoções inconsequentes
Sem receio de corações doentes
Esse menino nunca foi um delinquente
Indivisível é a sua certeza
Inabalável é a clareza com que ele enxerga os momentos
Incomparável é pra ele qualquer momento
O menino cego jamais descansa no meio do caminho
Sem dormir, sem chorar.
Sem considerar o domínio
Sem lamentar
Sem deixar de usar o raciocínio
Um só caminho é o suficiente
Ele não precisa de olhos
Ele não precisa de mapas ou de direção
Precisa de emoção e ter a noção de estar no caminho certo
A sua destra um livro sem final
No centro de sua vida um amor incondicional
A sua frente nada além de orgulho
Os olhos da sua mente enxergam bem mais que um entulho
Afinal ele sabe, é cego mas não é surdo.
Ele sabe o que ouvir, sabe o que sentir.
Mas um menino cego em meio a multidão de egos
Disparando olhares, guerra declarada.
Pessoas se jogando de prédios
Enfim, a natureza humana nunca levou a nada.
A humanidade caminha a fim do fim
Ele prefere não ver, se for pra enxergar o mundo assim.
E enquanto o homem caminha pra continuar a ser idiota.
O menino cego caminha rumo a respostas.
"Não é questão de ser convencido
É que se não fosse pra ser assim, preferia nem ter nascido" (Rashid)

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